sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Casa de Belchior


Casa de Belchior

Por entre restos de vaidade
Pesa a mesura da saudade
Jaz o cheiro de naftalina

Encontro vestígios do antiquado
Noutro a fraqueza do que ainda vinda
E por último a incerteza da serventia

Remexo caixas e caixas de solidão
Chambres manchados com a idade
Óculos já de queda d’água fragorosa

E já no adeus à porta
Deixo a casa de muitas vidas
De quase uma multidão taciturna, semimorta

Que aguarda esquecida
A segunda chance
De reverdecer

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Onda


Onda

E ele passou
Rabiscou coisas no meu coração
E se foi

Catei tudo
Joguei no mar

Além alma
Além mar

Vícios


Vícios

Quem me dera poder me despir de mentiras
E sobre o corpo
Não mais paixões eternas

Quem me dera não mais servir doses de certezas
Por onde taças e cálices
Transbordam verdades absolutas

Quem me dera
Por fim
Apagar fumos ludibriantes
Cujos corpos em combustão
Desprendem o vapor lascivo
Falaz

Enfim nós


Enfim nós


Tinhas um beija flor dentro de ti?
Cortou-lhe as asas
Deu-lhe de comer
E por fim nomeou-o como seu?

(...)


Choras porque agora?

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Triste fim de um poeta



Triste fim de um poeta

Por que quero teus versos?
Traçados mofados que não germinam
Palavra por palavra
Ainda as encontro pelos cantos
Prostradas
Encardidas

Quero tua poética?
Estranha beleza
Definha por entre estrofes morféticas
Perversa
Vil



Até quando seu lirismo?
Os trovadores já não mais batem a porta
Apáticos
Lesos


(...)


Já lhe dei um ponto final