sexta-feira, 25 de maio de 2012

Metafonia Partifônica



de Dó de Si 
Mi RéSolMi em Sol maior

domingo, 8 de abril de 2012

Alice em lugar algum (continuação)




(risos)

o caminho era às vezes seguir o silêncio...

de tudo aquilo que não se revelasse pelo óbvio...

fosse pelo extermínio do ímpeto do novo...

do por vir do que nunca vinha....

da solidez de objetos-sonhos....


- aceita mais chá, senhor?


quinta-feira, 5 de abril de 2012

Alice em lugar algum (continuação)









Diga-me , senhor...já sentiu-se confuso na cadeira na qual senta todo dia? E aquela luz..nunca lhe cegou os olhos?



Não está quente em desconforto?



Sinto um frio...



-Fez chá?


- Aceito sim, mas amargo, por favor. A doçura ultimamente tem me feito muito mal...




(continua)

terça-feira, 3 de abril de 2012

Alice em lugar algum (continuação)





senhor...
por quantos caminhos não escolhidos foram necessários para que eu estivesse aqui...agora?


(continua..)


segunda-feira, 2 de abril de 2012

Alice em lugar algum (continuação)


vê...
olhe para os meus pés, senhor....
ando somente descalça agora...
desde quando?
Consegue enxergar aquele penhasco, logo após o rio, senhor?
Desde o dia em que fui empurrada pelo destino dali, resolvi sentir a terra como ela é....nunca mais usei sandálias...
continua...

segunda-feira, 26 de março de 2012

Alice em lugar nenhum (continuação)


Tentei manter contato, pisar na terra...o senhor recebeu as minhas mensagens? O quê? o Senhor também....? Não , não, não me recordo de as ter recebido...como vê, minha mochila está vazia...O senhor não faz ideia como foi difícil chegar aqui, tantos lugares,encontros...Passaram tantos rios por mim, senhor...
Sabe, no fundo acho que meu maior desejo, às vezes, era de simplesmente se deixar levar pela força das águas...Já viu como elas batem com tamanha energia na pedra, senhor?E com que interesse carregam as pedras menores soltas...Mas sempre estive tão pesada! Fora a mochila! Ela nunca me permitiu sentir a superfície por completo...como poderia boiar com tamanho peso? E , ao mesmo tempo, sempre tive um medo enorme de tocar o fundo do rio com as próprias mãos...Se mergulhasse indo ao seu encontro, será que conseguiria emergir de volta? Não, não ...o peso era maior...
Se finalmente encontrei?Por quê sempre a mesma pergunta?
(continua)

sábado, 24 de março de 2012

Alice em lugar nenhum


- Como chegastes aqui?
- Com passos largos senhor.
Tropecei, por vezes.Confundi-me com tais pedras que me fizeram cair. De ínicio, achei-as de uma beleza tão encantadora, que resolvi recolhê-las e guardar no fundo da mochila sabe, senhor, queria trazê-las, queria que você as visse, a grandeza daquelas que me fizeram cair...Mas pesava tanto nas costas...na alma....Resolvi, por fim, soltá-las....talvez pudessem gerar alguns tropeços a outros ou talvez simplesmente mostrar sua grandeza sem trazer grandes sofrimentos....Me senti leve....
Perdi algumas noites me distraindo a contar estrelas... Era noite, e a ilusão de se sentir acompanhada por pontos de luz, de se sentir plena, acolhida....Por quê continuar, senhor? Eram encantadoras, queria tanto que as conhecesse! Você já teve uma estrela em sua vida,senhor?Senhor? Eu sei...eu sei...lá estava o sol a me despertar dessa brincadeira... Confesso que nesses dias não queria ver a luz, estava bom a escuridão ....só assim era possível meus encontros estrelares... O que me fez acordar, senhor? Também passei meses a me perguntar como pudera ter tamanho desapego por criaturinhas que me traziam tanta alegria....Mas a escuridão cega os olhos, senhor...e eu já não mais podia enxergar o caminho...
Então, para despistá-las, ao chegar a noite, fechava os olhos e fingia dormir....fingia imaginar que elas não mais estariam ali, presentes, intensas....não pelo menos só por aquela noite...não sei explicar muito bem, mas isso me fazia forte....
E assim, aos poucos, consegui seguir caminho...
(continua)