Em um cenário político-cultural de extremos, seja pelo totalitarismo das ditaduras militares, em especial na América do Sul, ao mesmo tempo em que explodem as revoluções socialistas e de Independência na África, fazendo parte ainda a liberdade sexual e os movimentos hippies e o uso crescente de drogas alucinógenas, a geração jovem da década de 60 e 70 vivencia intensamente esse turbilhão de acontecimentos. Encontra na arte e em especial na música, um espaço totalmente acolhedor para suas impressões do mundo, manifestando nela seus questionamentos, utopias, experiências ou decepções.
O Clube da Esquina faz parte dessa onda de novas produções estéticas na música popular brasileira, que se iniciam com a Bossa Nova, característica da cidade do Rio de janeiro; o Tropicalismo típico da Bahia e agora também através do Clube da Esquina em Minas Gerais.
A mineiridade e sensibilidade aguda são características peculiares desse movimento de músicos que, na reunião em rodas informais, sempre abertos e disponíveis a quem queira chegar e agregar sua contribuição, compartilhavam suas experiências em meio a angústias; prazeres; utopias; alegrias e dores marcados claramente na melodia e letra de suas canções. O próprio nome sugerido ao grupo, Clube, sugere coletividade; união.
Ligada essencialmente a contracultura e ao movimento hippie, o movimento acreditava também na fraternidade como um instrumento possível de enfrentamento à repressão da Ditadura e aos percalços da vida. Aborda questões políticas e culturais como a igualdade entre classes e etnias; a valorização da coletividade frente aos sentimentos essencialmente individualistas do sistema capitalista-liberal; a livre expressão vetada pela opressão totalitarista militar e o resgate do romantismo frente à insensibilidade da pesada industrialização.
O movimento também procura retratar a vida popular brasileira, do caboclo da terra; do pescador ribeirinho; pela sua aproximação à música de raiz, sendo de extrema importância para a consolidação e valorização da produção artística nacional, que passava e ainda passa, por um ataque constante da indústria cultural americana, mas que através de uma releitura do rock e do jazz, dando-lhes uma roupagem tipicamente brasileira, souberam perfeitamente se transformar em referência em qualidade musical e vencer também, a barreira que traduzia a música nacional à somente as produções realizadas no eixo Rio-São Paulo-Nordeste.
Estava presente também, o retrato da classe média brasileira, em profundo desenvolvimento nesse período, representado pela imagem do estudante universitário, superando o elitismo tão presente na produção cultural dessa época.
O que talvez fosse mais interessante na produção artística do movimento, foi à riqueza de elementos essencialmente característicos da cultura popular brasileira e de suas tradições, sobre uma visão ingenuamente romântica das comunidades rurais interioranas, que ainda não tinham sidas devastadas pela urbanização, representado pela nostalgia presente no tom melancólico das canções, desse lugar idealizado, cercado pela fraternidade e comunhão entre as pessoas.
Suas influências, que caminham por estradas fundamentalmente nacionais, resgatando a música raiz do típico cancioneiro do interior mineiro, sofrem ao mesmo tempo, influência da cultura “importada americana”, através principalmente do jazz e ainda da música latino-americana, revelando a diversidade da produção do Clube, que dialogava com diversos elementos culturais, tal qual foi a Bossa Nova e o Tropicalismo.
É importante salientar a importância dos meios de comunicação de massa, que contribuíram para a visibilidade do movimento, principalmente a participação dos seus integrantes nos festivais promovidos por emissoras de TV. Naquele momento, a indústria cultural percebe os benefícios em explorar a identidade nacional para a realização mercantil de seus interesses. Com a instituição de atos como o AI5 e semelhantes, que vetavam a liberdade em quase todos os sentidos, ser nacionalista foi uma maneira encontrada pelos idealistas de lutar contra a ditadura.
A grande contribuição que o movimento deixou para a música popular brasileira foi sair do tradicional e ir buscar uma nova estética para a música brasileira, assim como foi com outros movimentos, como o Tropicalismo ou mesmo a Bossa Nova. Essa mistura do Barroco Mineiro, com pitadas de jazz e do seu encontro com a música latino-americana, além da maneira particular que foram construídos os arranjos e os efeitos sonoros, fizeram do movimento uma referência para as gerações musicais posteriores.
Nesses encontros e desencontros pelos caminhos tortuosos dos morros de Minas Gerais e posteriormente de estradas de terra do interior brasileiro, o movimento sonhador fraternal que divaga com o violão debaixo do braço e sensibilidade à flor da pele, de uma geração perdida por entre esquinas, buscava seu lugar no mundo, confiante do amanhã que viria.
O Clube da Esquina faz parte dessa onda de novas produções estéticas na música popular brasileira, que se iniciam com a Bossa Nova, característica da cidade do Rio de janeiro; o Tropicalismo típico da Bahia e agora também através do Clube da Esquina em Minas Gerais.
A mineiridade e sensibilidade aguda são características peculiares desse movimento de músicos que, na reunião em rodas informais, sempre abertos e disponíveis a quem queira chegar e agregar sua contribuição, compartilhavam suas experiências em meio a angústias; prazeres; utopias; alegrias e dores marcados claramente na melodia e letra de suas canções. O próprio nome sugerido ao grupo, Clube, sugere coletividade; união.
Ligada essencialmente a contracultura e ao movimento hippie, o movimento acreditava também na fraternidade como um instrumento possível de enfrentamento à repressão da Ditadura e aos percalços da vida. Aborda questões políticas e culturais como a igualdade entre classes e etnias; a valorização da coletividade frente aos sentimentos essencialmente individualistas do sistema capitalista-liberal; a livre expressão vetada pela opressão totalitarista militar e o resgate do romantismo frente à insensibilidade da pesada industrialização.
O movimento também procura retratar a vida popular brasileira, do caboclo da terra; do pescador ribeirinho; pela sua aproximação à música de raiz, sendo de extrema importância para a consolidação e valorização da produção artística nacional, que passava e ainda passa, por um ataque constante da indústria cultural americana, mas que através de uma releitura do rock e do jazz, dando-lhes uma roupagem tipicamente brasileira, souberam perfeitamente se transformar em referência em qualidade musical e vencer também, a barreira que traduzia a música nacional à somente as produções realizadas no eixo Rio-São Paulo-Nordeste.
Estava presente também, o retrato da classe média brasileira, em profundo desenvolvimento nesse período, representado pela imagem do estudante universitário, superando o elitismo tão presente na produção cultural dessa época.
O que talvez fosse mais interessante na produção artística do movimento, foi à riqueza de elementos essencialmente característicos da cultura popular brasileira e de suas tradições, sobre uma visão ingenuamente romântica das comunidades rurais interioranas, que ainda não tinham sidas devastadas pela urbanização, representado pela nostalgia presente no tom melancólico das canções, desse lugar idealizado, cercado pela fraternidade e comunhão entre as pessoas.
Suas influências, que caminham por estradas fundamentalmente nacionais, resgatando a música raiz do típico cancioneiro do interior mineiro, sofrem ao mesmo tempo, influência da cultura “importada americana”, através principalmente do jazz e ainda da música latino-americana, revelando a diversidade da produção do Clube, que dialogava com diversos elementos culturais, tal qual foi a Bossa Nova e o Tropicalismo.
É importante salientar a importância dos meios de comunicação de massa, que contribuíram para a visibilidade do movimento, principalmente a participação dos seus integrantes nos festivais promovidos por emissoras de TV. Naquele momento, a indústria cultural percebe os benefícios em explorar a identidade nacional para a realização mercantil de seus interesses. Com a instituição de atos como o AI5 e semelhantes, que vetavam a liberdade em quase todos os sentidos, ser nacionalista foi uma maneira encontrada pelos idealistas de lutar contra a ditadura.
A grande contribuição que o movimento deixou para a música popular brasileira foi sair do tradicional e ir buscar uma nova estética para a música brasileira, assim como foi com outros movimentos, como o Tropicalismo ou mesmo a Bossa Nova. Essa mistura do Barroco Mineiro, com pitadas de jazz e do seu encontro com a música latino-americana, além da maneira particular que foram construídos os arranjos e os efeitos sonoros, fizeram do movimento uma referência para as gerações musicais posteriores.
Nesses encontros e desencontros pelos caminhos tortuosos dos morros de Minas Gerais e posteriormente de estradas de terra do interior brasileiro, o movimento sonhador fraternal que divaga com o violão debaixo do braço e sensibilidade à flor da pele, de uma geração perdida por entre esquinas, buscava seu lugar no mundo, confiante do amanhã que viria.
Boa informação da nossa formação musical. O Brasil ainda precisa de gente que lembre assim dos nossos artistas!
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